sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

mayanareflexaorespeito


Nas minhas andanças pelos festivais de contato improvisação, estive pensando em muitos aspectos desta dança social, e em como ela se expande mundo afora.
Me deparei com diferentes culturas e formas de abordar esta dança,
conhecida como a "dança da percepção".
Após participar do II Festival Mundial de Contato Improvisação de Buenos Aires em outubro, fiquei intrigada em como podemos disseminar esta técnica de dança para muitas pessoas, sem que a gente precise impor nossas ideologias e cosmovisão (maneiras de pensar o mundo).
Passei por alguns constrangimentos e dissabores neste evento e retornei ao Brasil com o intuito
de dividir estas reflexões com as pessoas com quem trabalho, danço, pesquiso.
Quero deixar aqui alguns dos meus pensamentos acerca da ideologia do contato improvisação, incluindo seus fundamentos pautados nos princípios do Aikidô.
Tenho estudado contato improvisação, aikidô e física: aprendi sobre respeito e igualdade na dança. Aprendi a "dar espaço para que a dança aconteça". Aprendi a importância de aprender com os menos experientes que eu. Aprendi que esta dança está sempre em evolução, pois evoluimos a cada nova dança, com novos e velhos parceiros.
Aprendi a ouvir mais que falar. Aprendi a sentir mais que conduzir. Aprendi a conduzir a quem precisa de um pouco de estímulos. Aprendi que a regra maior é a do respeito e o compartilhar do corpo generoso. Aprendi a dizer não a quem tem intenções que fogem ao simples prazer de dançar. Aprendi que de nada serve eu levantar uma bandeira de princípios, se minha postura no dia-a-dia não condiz com os mesmos. Aprendi que não se obriga ninguém a pagar nada numa Jam Session de contato improvisação. Que nada posso trocar se eu quiser apenas usufruir. Que é necessário oferecer-se com dedicação e amor ao que se propõe.
Eu tenho amor à esta dança! Tenho antes de tudo respeito por ela e por quem se interessa por ela. Estou aqui neste espaço para preservar os princípios do contato improvisação.
Estou neste espaço para disseminar uma dança pautada no princípio da igualdade na dança, da não hierarquia, do respeito à diferentes corpos, pensamentos e ideologias que carregamos.

Gostaria de ouvir outras vozes, outros pensamentos a respeito. Este é um espaço para a troca!

com contato,
Mayana Marengo
contatista apaixonada pela dança que propõe acima de tudo, o respeito ao próximo!!
Floripa, 11 de novembro de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário